Sonho de escritor
Edição #29 - uma crônica-desabafo, rotina e 3 dicas de filmes.
Todo escritor tem o sonho de viver da própria escrita. Escrever, escrever e escrever o dia inteiro. Acordar, preparar uma caneca de café e ir direto para o computador – ou caderno – e ficar ali até o dia virar noite, e então surgir uma taça de vinho para acompanha-lo na sua árdua tarefa.
Viver escrevendo o que quer, passar o dia todo lendo e estudando as técnicas, continuar sua rotina diária de escrita, acompanhar clubes de escrita e leitura. Sem contar os contatos com editoras e profissionais do mercado; conhecer milhões de escritores e ir em diversos festivais. Tudo isso ganhando um salário digno de quem vive de escrita.
Um sonho lindo, até seu alarme tocar as sete horas da manhã lembrando que você precisa levantar logo e ir trabalhar – no seu trabalho de não escritor – para conseguir viver da escrita e pagar os diversos cursos que queremos fazer (e os boletos que insistem em chegar todo mês).
Eu odeio mudanças. Qualquer coisa diferente, bagunça todo meu dia e a minha rotina. Gosto de seguir tudo à risca – e já fui muito pior - quem me conhece sabe muito bem disso. Foi assim com a newsletter.
Desde a primeira edição, sempre tentei manter uma ordem certinha. Enviava – na quinta – e passava o dia sem pensar no assunto. Durante a semana, seguia minha vida assistindo filmes, pensando no próximo assunto (além de procurar emprego, cuidar da casa, escrever etc...), até decidir o tema. Um dia antes de publicar – quarta – me sentava para escrever, me desesperava achando que tudo estava ruim, parava para um café, respirava fundo para enfim terminar de escrever.
Mas, por trás dessa rotina certinha, sempre tentando prever o próximo assunto – assim como charlatões preveem o futuro - falhava na previsão, e sempre aparecia um outro tema dias antes de escrever o texto. É aqui que a minha explicação, e escolha dos filmes, chegam.
Eis que, no início do mês passado, minha rotina virou de ponta cabeça – o que é bom. Algumas semanas atrás, comecei a trabalhar na empresa de uma amiga. Nada que tenha uma relação direta com cinema ou escrita – mas que me faz lembrar que sou uma eterna introvertida formada em comunicação, com dificuldade de se comunicar além da escrita. Desde então, entendi o que é sentir a necessidade de escrever. Sede de escrita, sabe?!
Agora, a ânsia por organizar a rotina ressurge, e as mudanças de horário voltam a aparecer. Me lembrei de algumas personagens como a Phoebe, em Friends, que trabalhou um tempo com Chandler para conseguir uma grana extra; ou a Penny, The Big Bang Theory, que decidiu largar sua carreira de atriz e arrumou outro trabalho. Mais recentemente Val, na série espanhola Valéria, uma escritora que tenta a qualquer custo lutar contra sua impostora para conseguir escrever um livro e publicar, além de precisar ir atrás de um emprego.
E eis que surge um gatilho para um novo tema. Vida de escrita é assim, não é mesmo? A gente acha que vai por um caminho e, quando vê, já pegou o retorno e foi pelo lado oposto. O lado bom de tudo isso, são as novas ideias para temas e crônicas. 💜
Nos Streamings…
Amazon Prime
Chef
Carl é o chef de um restaurante muito famoso de Los Angeles, mas costuma enfrentar problemas com o dono do local por querer inovar no cardápio. Um dia, um renomado crítico gastronômico vai ao restaurante e publica uma resenha bastante negativa. Furioso, Carl decide tirar satisfação com ele e acaba demitido. Pior, a briga vai parar na internet e viraliza, o que lhe fecha as portas nos demais restaurantes. Sem saída, ele recebe a ajuda de sua ex-esposa para reiniciar a vida.
Disney +
O Diabo Veste Prada
Andy é uma jovem que consegue um emprego na renomada "Runway Magazine", a mais importante revista de moda de Nova York. Ela passa a trabalhar como assistente de Miranda Priestly, editora-chefe da revista. Apesar da chance que muitos sonhariam em conseguir, logo Andy nota que trabalhar com Miranda não é tão simples assim.
Max
Um Senhor Estagiário
Começar um novo emprego pode ser um grande desafio, especialmente para alguém aposentado. Tentando voltar ao mercado de trabalho, o viúvo Ben Whittaker, de 70 anos, aproveita a oportunidade para se tornar um estagiário sênior em um site de moda. Ben logo se torna popular entre seus colegas de trabalho mais jovens, incluindo Jules Ostin, a chefe e fundadora da empresa. O charme, a sabedoria e o senso de humor de Whittaker o ajudam a desenvolver um vínculo especial e uma bela amizade com Jules.
Notícias da Sétima Arte
📰 A partir do Oscar do ano que vem, os votantes serão obrigados a assistir todos os filmes indicados - demorou hein Academia!
Você ainda tá aí?!
A referência neste vídeo aqui ou esse neste com legenda.
🎬 Quer lembrar de algum filme que já foi indicado na newsletter? Da uma olhadinha aqui: Lista Cyne News.
💌 O Multiverso da Newsletter…
O que teve de bom aqui nos últimos quinze dias.
💌 A
trouxe uma crônica linda e falou mais um pouco do Clay; eu fui no lançamento e foi uma delícia!💌 Que a
escreve muito bem, eu já sabia, mas aqui parece até que ela decidiu conversar comigo. E eu pergunto a mesma coisa que ela: O que você precisa fazer para escrever?💌 Sabe quando a gente começa a acreditar e que só pode vir coisa boa pra gente? A
sabe.💌 Nem sempre é a mudança de rotina que faz a gente ter ideias para textos - a
trouxe uma crônica maravilhosa.💌 Eu adoro acompanhar a newsletter Saca Essa Rolha, da
, que fala sobre vinhos. Mas esse texto aqui, cheio de afeto, ta maravilhoso!💌 Eu tô A-MAN-DO acompanhar as crônicas da
, falando da sua vida em Miami e agora em San Francisco (se eu não to errada) - cês já comeram miojo no café da manhã? Achei curioso.
“A gente acha que vai por um caminho e, quando vê, já pegou o retorno e foi pelo lado oposto.”
Perfeito, Cyn! Acho que isso é o mais incrível. Deixar o fluxo acontecer e, quem sabe, se surpreender com algo muito melhor do que o esperado.
Adorei a reflexão, Cynthia! Nos últimos anos, tenho tentado viver de escrever, mas é muito difícil. Já tentei trabalhos freelancer, parcerias e um monte de coisa. E no final, percebi que talvez o melhor seja isso mesmo: ter algo para se sustentar e deixar a escrita fluir como ofício e paixão.