Era uma vez
Edição #20 - o homem que criou um mundo mágico
Hoje temos uma participação especial aqui!
Seja Bem-vinda Marina!
No final de novembro, escrevi um texto para Pet Letters, agora é a vez da
aparecer por aqui com um tema que todo mundo ama.A Marina, além de escritora e de ser formada em medicina veterinária, também é PhD no tema de hoje: Disney - e, por experiência própria, eu não discuto com quem entende muito de Disney!
Pega sua criança interior, e vamos entrar no mundo mágico do Walt!
Sou apaixonada por histórias que aquecem corações. Será que é porque a lavagem cerebral começou cedo? Minha mãe ainda estava grávida quando meu pai dirigiu até outro estado só para buscar um papel de parede do Mickey que encontraram no catálogo de uma revista. Fui criada em meio aos filmes, canções, parques, cruzeiros e sofro de uma condição severa e incurável: enxergo as duas orelhas de um certo personagem em qualquer grupo aleatório de três círculos que encontro por aí.
Walt Disney é uma das principais inspirações em minha vida, então foi nele que pensei na hora de escrever para a Cyne News (até porque dia 05/12 foi seu aniversário). Escolhi compartilhar três filmes que, além de contar a sua trajetória, refletem a visão e o espírito desse homem extraordinário. Vamos lá para a década de 20, já que, como Walt adorava dizer: “tudo começou com um rato”.
O Vapor Willie (1928)
Ou seria com um coelho? Afinal, seu primeiro personagem famoso foi o Coelho Oswald, criado para concorrer com o bem-sucedido Gato Félix. Mas até mesmo Walt Disney é capaz de cometer erros de principiante: os direitos autorais do personagem pertenciam à sua produtora, que não só deu um pé na bunda do criador como roubou seu time inteiro de desenhistas. Walt tinha 27 anos e estava sem equipe, sem distribuidora, nenhum tostão furado no bolso e prestes a arrebatar o mundo.
Disney passou dias quebrando a cabeça até nascer um novo personagem. O rato acabou sendo a analogia perfeita do seu criador: um ser pequeno, quase insignificante, que forçava sua entrada na indústria do cinema. O personagem foi batizado de Mortimer, mas Lillian, esposa de Walt, sugeriu a mudança para Mickey - o mundo agradece.
“Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor” - Walt Disney
Até então, nenhuma animação havia sido feita com som sincronizado devido à grande dificuldade do processo. Walt hipotecou sua casa e vendeu seu carro para custear a produção e gravação do Mickey pilotando o barco com a orquestra sinfônica de Nova Iorque. Sem distribuidora, conseguiu um único acordo para exibir o desenho por duas semanas em um cinema. Era tudo ou nada. E foi fenomenal. Sete minutos que mudaram a história das animações e deram início ao império Disney.
Branca de Neve e os Sete Anões (1937)
Em 1934, Walt chamou todos os funcionários do estúdio para uma reunião extraordinária. Então subiu ao palco do auditório e, simplesmente, interpretou sozinho o filme inteiro da Branca de Neve. Princesa, anões, rainha má e até animais. Ele propunha uma ideia fora da casinha que poderia levar os desenhos ao mesmo patamar dos grandes filmes de Hollywood: o primeiro longa-metragem animado.
Disney estava obcecado com a ideia de tornar o desenho o mais realista possível. Trouxe para o estúdio animais vivos, dançarinos e até bancou aulas de atuação para sua equipe. Ele queria que os animadores dominassem desde as rugas do rosto até as dobras do vestido da Branca de Neve nos mais de 200.000 desenhos feitos à mão. O perfeccionismo cobrou seu preço e o orçamento original acabou sendo multiplicado por seis. A crítica estava em polvorosa, ridicularizando o filme como “a loucura de Walt Disney”.
Reza a lenda que Walt estava nervosíssimo no dia do lançamento. Ele já sabia que conseguia fazer as pessoas rirem com as suas animações… Mas seria capaz de fazê-las chorar? Ao ouvir os soluços da plateia, respirou aliviado. Seu filme conseguira ser tão real quanto imaginara: em cores, nas cenas em multiplanos e, principalmente, nas emoções. Walt foi ovacionado e conquistou um Oscar honorário - a icónica estatueta acompanhada de sete miniaturas.
Fantasia (1940)
Honorário. Reparou nessa palavra ali em cima? Apesar de ser um marco na história do cinema, Branca de Neve não foi indicado para concorrer ao Oscar na categoria de melhor filme justamente por ser uma animação. Walt ficou pistola e decidiu esfregar na cara de todo mundo o que ele mais acreditava: desenho é arte, sim senhor.
Para criar Fantasia, Walt selecionou oito sinfonias clássicas e combinou-as com animações abstratas e realistas. Lotou o estúdio com músicos, dançarinos, biólogos, paleontólogos e astrônomos (até Edwin Hubble entrou nessa). Nem precisa dizer que o filme estourou o orçamento mais uma vez, né?
Fantasia é um filme ousado, absurdamente ambicioso, lindo, maluco e… dividiu opiniões. Enquanto alguns foram tocados pela obra-prima proposta por Disney, muitos acreditaram que o arranjo da música clássica com as animações era um ultraje sem tamanho.
Ah, o ego dos artistas. Walt não recebeu as críticas negativas muito bem. Soma-se a isso o cenário conturbado da segunda guerra mundial e a crise financeira do estúdio - nem as outras animações lançadas no período, Dumbo e Bambi, taparam esse buraco. O resultado foi um jejum de oito anos sem novas animações em longa-metragem. No final dessa década, Walt tirou férias por recomendações médicas e voltou com a centelha do que viria a ser sua segunda empresa. Talvez você já tenha ouvido falar que ele teve um certo envolvimento com parques temáticos…
No final das contas, Fantasia acabou ganhando reconhecimento e notoriedade ao longo dos anos, conquistando diversos prêmios e sendo listado como um dos melhores filmes americanos de todos os tempos. Walt Disney é, até hoje, a pessoa que mais ganhou Oscars da história, somando um total de 22 prêmios competitivos e 4 honorários. Não tem como negar: o homem mudou o mundo, no cinema e fora dele. Acho que ele pode pedir música na Cyne News, né?
Nos Streamings…
Abra o seu Disney+ - ou procure algum filme da Disney - e seja muuito feliz ✨
Ok, nós vamos te ajudar com uma dica muito boa:
Walt nos Bastidores de Mary Poppins
Motivado pela promessa que fez para suas filhas, Walt Disney (Tom Hanks) passou 20 anos tentando obter os direitos para transformar o livro Mary Poppins em filme, mas a autora P.L. Travers (Emma Thompson) não queria que seus personagens fossem destroçados pela máquina de Hollywood. Entretanto, a crise financeira faz com que ela tenha que negociar. Assim, Travers passa a trabalhar junto com a equipe escolhida por Disney. Agora, eles terão que aceitar seus caprichos para que o filme, enfim, saia do papel.
➡ Bonus: Filmes de Natal 🎅🌲
O Natal dos Mitchell (Globoplay ou no canal Studio Universal - ta passado praticamente toda semana)
Antigamente, a Família Mitchell tinha a tradição de decorar toda a casa para o natal. Agora, depois de algumas decisões difíceis, Phylis (Sharon Lawrence) e Bill (Treat Williams) chamam seus filho, Mike (Robert Buckley) e Brandon (Jonathan Bennett), para passar as férias em casa e assim recriar a magia de natal.
O Expresso Polar (Amazon Prime)
Um menino cheio de dúvidas pega uma extraordinária carona para o Polo Norte, mas acaba embarcando em uma jornada de auto-descobrimento que mostra como a maravilha da vida nunca desaparece para aqueles que acreditam.
Klaus (Netflix)
Em Smeerensburg, remota ilha localizada acima do Círculo Ártico, Jesper (Jason Schwartzman) é um estudante da Academia Postal que enfrenta um sério problema: os habitantes da cidade brigam o tempo todo, sem demonstrar o menor interesse por cartas. Prestes a desistir da profissão, ele encontra apoio na professora Alva (Rashida Jones) e no misterioso carpinteiro Klaus (J.K. Simmons), que vive sozinho em sua casa repleta de brinquedos feitos a mão.
Os Fantasmas de Scrooge
Às vésperas do Natal, o amargo Ebenezer Scrooge (Jim Carrey) se comporta de maneira mesquinha até mesmo com o seu sobrinho. Devido ao seu temperamento, os fantasmas do Presente, do Passado e do Futuro aparecem e levam Scrooge para uma viagem que o fará pensar em uma mudança em sua vida.
Notícias da Sétima Arte
📰 Falando em Branca de Neve, no começo do mês saiu o novo trailer do Live-action, que conta com Rachel Zegler (Shazam! e Amor, Sublime Amor) e Gal Gadot (Mulher Maravilha).
📰 O filme Mufasa: O Rei Leão estreia daqui uma semana (19 de dezembro), mas já temos algumas reações sobre o filme no site do Omelete.
📰 Moana 2 estreou no final de novembro, e já arrecadou um bocado de dinheiro 👀.
📰 Ainda falando sobre Moana, já viu o elenco do live-action?
📰 No último fim de semana, foi divulgado na CCXP o trailer da cinebiografia de Maurício de Souza, da uma olhada no link aqui. Já tô super animada pra assistir!!
📰 Essa semana saiu a lista de Indicados para o Globo de Ouro 2025 (a premiação será dia 05 de janeiro), eu coloquei no meu Instagram a lista dos filmes que foram indicados, mas, se quiser saber quais séries também foram indicadas, só clicar aqui!
Você ainda tá aí?!
Não pegou a referência?! Olha esse vídeo aqui vídeo aqui ou esse vídeo com legenda.
🎬 Da série: a vida imita a arte. Será que tem algum motivo especial para os gatos sempre imitarem essa cena - traumatizante - de Rei Leão?!
🎬 E esse video dos bastidores da minissérie Senna?
🎬 Quer lembrar de algum filme que já apareceu por aqui?! Da uma olhadinha na lista dos filmes que á foram citados por aqui: Lista Cyne News.
💌 O Multiverso da Newsletter…
O que teve de bom aqui nos últimos quinze dias.
🎬 A
foi assistir Wicked e, aproveitou o tema do momento para também falar sobre marketing, amei!! E, nessa outra edição, ela também falou um pouco sobre essa coisa de fim de ano que deixa a gente meio ´coisada´ sabe?! Qual é mesmo a palavra.. meio esquecida.🎬 A
escreveu essa crônica aqui, o medo de toda adolescente que morria de vergonha. Ah, e na Pet Letters teve a primeira historia natalina do ano, como ficar brava com a cara de dó dessa Pet?🎬 A
falou sobre o texto. Do que você gosta de ler? | Um post convidado por
|
Amo Fantasia. Amo a birra do Walt em “não gostaram? Não faço mais”. E quase chorei quando encontrei o Mickey Fantasia este ano. Ícone!
Parabéns pela parceria de vocês, saiu uma excelente edição. Cresci com os desenhos da Disney, tinha antigamente uns livros com discos para ouvir a história narrada na vitrola de casa! Bem cria dos anos oitenta. Beijos